Uma mudança importante aconteceu no mercado imobiliário no 3º trimestre de 2025. A negociação voltou a dar o tom nas operações, mostrando que tanto compradores como vendedores estão mais disponíveis para ceder e fechar negócio, como mostra a mais recente pesquisa Raio-X FipeZAP que mediu a percepção do mercado.
Entre julho e setembro, 68% das operações envolveram algum tipo de abatimento, proporção próxima ao recorde histórico da série de 70%. O desconto médio nas negociações manteve-se em torno de 8% quando consideradas todas as transações, podendo chegar a 11% em algumas operações em relação ao valor originalmente anunciado.
Isso se refletiu na noção dos consumidores sobre preços. Pela primeira vez em um ano, houve queda na proporção de brasileiros que enxergam os preços dos imóveis como “altos ou muito altos”, ao mesmo tempo em que os descontos voltaram a crescer e atingiram níveis próximos ao recorde histórico da série.
O levantamento, feito com 766 respondentes entre 9 de outubro e 1º de novembro de 2025, mostra que o mercado está entrando em uma fase de maior racionalidade, com compradores mais criteriosos, vendedores mais flexíveis e investidores retomando uma postura menos especulativa, de acordo com a pesquisa.
Oportunidades
Em 2024, 72% das pessoas consideravam os preços altos ou muito altos, ante os 67% registrados neste ano. O recuo coincide com um ambiente de maior negociação, aumento da oferta e crescimento expressivo das transações com desconto. A parcela que classifica os preços como “razoáveis” subiu para 20%, enquanto os que veem valores “baixos ou muito baixos” passaram de 3% para 4%, numa indicação de que parte do mercado já identifica oportunidades.
Investimento
No caso de investidores, o comportamento mostrou que 72% compram para alugar, número próximo do teto histórico da pesquisa. Apenas 29% miram revenda com valorização futura. Ou seja, a lógica do aluguel como ativo de renda, reforçada pelo déficit habitacional, se consolida.
Por outro lado, os compradores também se mostraram mais contidos nas expectativas. A projeção de alta dos preços caiu de 40% para 39% e cresceu a proporção dos que esperam queda, passando de 8% para 12%. Já a expectativa média de valorização para os próximos 12 meses ficou em 2,5%. Em outras palavras, o mercado espera estabilidade, e não mais movimentos abruptos.
Os dados, segundo a pesquisa, apontam para um mercado imobiliário que se afasta de extremos e se aproxima de um comportamento mais racional, em que compradores negociam mais e vendedores ajustam expectativas. Além disso, mostra que investidores buscam renda contínua e não apostas de curto prazo, levando a uma percepção de alinhamento de comportamento real nas transações. Um ponto importante, num ambiente econômico ainda pressionado por juros altos e renda se recuperando lentamente, conforme a FipeZap.
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